A hipersensibilidade dentinária, popularmente conhecida como sensibilidade nos dentes, é bem mais comum do que se pensa. Estima-se que pelo menos 25 % da população adulta sofra com o problema.
Segundo o professor Roberto Hayacibara, de Periodontia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), os dentes ficam hipersensíveis principalmente quando ocorre a exposição de parte da raiz.
“O dente é composto pela coroa dentária, que é revestida pelo esmalte, que não tem sensibilidade, e pela raiz dentária, que é formada por dentina, tendo microcanalículos que vão até à polpa dentária, que tem inervação, daí a hipersensibilidade”, explica.
São vários os fatores que resultam na exposição da raiz, mas dentre os principais, o professor cita a doença periodontal (denominada de periodontite e que compromete a estrutura óssea que suporta os dentes), o trauma por escovação incorreta ou força excessiva durante a escovação e o mal posicionamento dos dentes.
“Uma outra causa de hipersesibilidade que tem aumentado muito são as exposições de dentina em função de desgaste dentário por parafunção, o chamado bruxismo, que se caracteriza pelo ato de apertar e ranger os dentes durante o dia e principalmente no período da noite durante o sono”, completa.
Motivos
“Alimentos ácidos como saladas temperadas com limão ou vinagre e frutas cítricas como abacaxi e laranja podem desencadear a hipersensibilidade” diz Hayacibara.
Completando alguns dos motivos que podem gerar o problema, a dentista Ana Lúcia Domingues acrescenta, ainda, a utilização de cremes dentais com abrasivo e o refluxo gastroesofágico por causa da acidez bucal.
Previnindo-se do problema
Como a hipersensibilidade dentinária pode ocorrer devido a um grande número de fatores, Hayacibara explica que não há um protocolo específico para a prevenção.
De qualquer forma, a recomendação é que haja uma orientação adequada de higiene bucal desde criança, avaliação profissional quando do surgimento de doença periodontal mais agressiva, correção das má-posições dentárias, e a utilização de placa de mordida ou aparelhos ortopédicos nos casos debruxismo.
“Aliado a isso não se pode esquecer do principal: fazer uma avaliação periódica com seu cirurgião-dentista. A prevenção só funciona se mantida periodicamente. É uma questão cultural, assim como se vai ao cabeleleiro semanalmente para manter um cabelo bonito e bem cuidado, você deve ir ao cirurgião-dentista pelo menos duas ou três vezes ao ano para manter seus dentes bonitos e saudáveis”, aconselha o professor.