Deixar de escovar dentes 2 vezes por dia aumenta risco de doenças cardíacas

Se você escova os dentes menos que duas vezes por dia, tem até 70% mais chances de desenvolver doenças cardíacas. É o que aponta uma pesquisa realizada na Universidade College London, na Inglaterra, publicado hoje no British Medical Journal.

     Os pesquisadores partiram do conhecimento de que inflamações no corpo tem relação direta com a obstrução de artérias e se propuseram a descobrir como o número de vezes que as pessoas escovam os dentes pode influenciar no risco de desenvolver doenças cardíacas, já que a higiene bucal pode provocar inflamação de boca e gengivas.

     Para a pesquisa, os cientistas analisaram o perfil de 12 mil adultos do ponto de vista de seus hábitos comportamentais, levando em conta fatores como uso de cigarro, atividades físicas e rotina de higiene bucal. As informações foram coletadas de levantamentos realizados na Escócia nos anos de 1995, 1998 e 2003, nos quais, entre outras perguntas, as pessoas tinham de responder com que frequência vão ao dentista e quantas vezes escovam os dentes por dia.

     Paralelamente foram coletadas informações sobre o histórico médico e familiar de doença cardíaca e pressão arterial, além de amostras de sangue dos voluntários. As amostras permitiram aos pesquisadores determinar os níveis de inflamação presentes no organismo. Os dados coletados nas entrevistas ainda foram comparados aos casos de internação e óbito na Escócia até dezembro de 2007.

     Ajustando os dados de acordo com outros critérios de risco como classe social, obesidade, uso de cigarro e histórido familiar de doença cardíaca, os pesquisadores perceberam que os pacientes que disseram escovar os dentes com menos frequência tinham um risco até 70% maior de doenças cardíacas comparados às pessoas que escovavam os dentes duas vezes por dia, embora o risco ainda fosse considerado relativamente baixo.

     “Os resultados confirmaram e reforçaram a associação entre higiene bucal e risco de doenças cardíacas”, dizem os autores do estudo. “Dada a grande ocorrência de infecções orais na população, os médicos devem alertar para a relação entre boca e a crescente carga inflamatória. Além disso, informar os pacientes que melhorar a higiene bucal é bom para a saúde, independentemente da relação com outras doenças no organismo”.

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